Secretário de cultura de Bolsonaro copia propagandista nazista, e causa repulsa nas redes sociais.
Reprodução da Internet |
Olha que coisa peculiar. O secretário da Cultura, Roberto Alvim, em
vídeo de divulgação do Prêmio Nacional de Artes, utiliza parte de textos e estética
de Joseph Goebbels, que foi ministro da Propaganda da Alemenha, na época em que
o nazismo tomou conta daquele país. E tudo no vídeo remete a propaganda
nazista; a música de fundo, a forma de falar do ministro, o seu tom. E por falar
em música, a que é executada no vídeo é da ópera “Lohengrin”, de Richard
Wagner, a mesma que Hitler disse, em sua biografia, ser decisiva em sua vida.
Veja uma parte do pronunciamento de Goebbels, e compare com o trecho na
sequência, com a fala do ministro Alvim.
Goebbels: "A arte alemã da próxima década será
heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo,
será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então
não será nada". (retirado de "Goebbels:
a Biography", de Peter Longerich)
Alvim: "A arte brasileira da próxima década será
heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento
emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às
aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada".
Repercussão
O vídeo do secretário da cultura, nitidamente inspirado pela propaganda
nazista, fez com que Goebbels fosse um dos mais discutidos na madrugada de
ontem no Twitter, e por consequência, a fala de Alvim fosse uma das mais
repudiadas. Um vídeo que era para tratar de um prêmio cultural se transformou numa
reconfiguração de um tempo nebuloso e trágico.
Sobre Roberto Alvim
Ele é Dramaturgo, mas virou destaque quando atacou nas redes sociais a
atriz Fernanda Montenegro, em defesa de Bolsonaro. E desde que virou secrtário
o que Alvim mais criou foi polêmica. Nomeou Sérgio Nascimento Camargo,
jornalista e militante de extrema direita, que logo assumiu o cargo fez afirmações
racistas. Claro que, pela mobilização e seriedade do fato, este teve a nomeação
suspensa. E a poucos dias Ricardo Alvim, fez ironia à obra cinematográfica “Democracia
em Vertigem”, por sua indicação ao Oscar, asseverando que esta deveria estar
categorizada como ficção.
Adendo: apenas para situar o leitor, “Democracia em Vertigem”,
de Petra Costa, é um longametragem que trata do impeachment de Dilma Rousseff,
pelos olhos da própria cineasta.