Repercussão EUA x Irã: Bolsonaro nega tabelamento de preço do petróleo em caso de aumento elevado de preço.
No lado esquerdo, general do Irã morto em ataque de drone. Na direita, Trump, o mandante do drone. |
Ontem os Estados Unidos realizaram uma ação militar
contra um aeroporto de Bagdá, no Iraque, matando um dos principais líderes do
Irã. O ataque, já confirmado pelo pentágono americano, foi feito por um drone,
sob ordem do presidente Donald Trump.
Este fato gerou uma preocupação no mercado
internacional. O Iraque, sendo o segundo maior produtor da Opep (Organização
dos Países Exportadores de Petróleo), poderia suspender seu abastecimento. Isto
havendo, com certeza o mundo sentirá um aumento nos preços dos combustíveis,
pois segundo consta, o Iraque exporta por volta de 3,4 milhos de barris brutos
por dia.
A repercussão no Brasil fez com que o presidente
Jair Bolsonaro ficasse atento, e dizer que irá tratar sobre o impacto desta
ação dos EUA contra o Irã com seu ministro da economia, Paulo Guedes e com o
presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Até então, Bolsonaro
nega que irá tabelar preços caso ocorra aumento. "O que eu queria que
vocês fizessem é que mostrassem pro povo duas coisas: primeiro que eu não posso
tabelar nada. Já fizemos esta política no passado, não deu certo” disse
Bolsonaro.
Contudo, o governo não detalhou quais as medidas
que irá adotar para contenção da alta dos preços dos combustíveis. Por aqui o
valor nas bombas já é bastante expressivo. Bolsonaro aproveitou para reclamar
dos impostos e disse que é preciso “quebrar o monopólio” para que haja alguma
alteração positiva. "Que vai impactar, vai. Agora vamos ver o nosso limite
aqui. “Se subir, já está alto o combustível, se subir muito, complica (...) a
questão do combustível, nós temos que quebrar o monopólio. A distribuição é o
que ainda mais pesa nos combustíveis, depois o ICMS”, afirmou o presidente da
república.
Até agora, Jair Bolsonaro não comentou sobre a ação
militar que gerou toda essa problemática, apenas informou que conversaria sobre
o ocorrido ainda hoje com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional,
General Augusto Heleno.
Importante frisar que existe divergências sobre
como o Brasil deveria se posicionar em questões relativas ao oriente médio. A
principal ala de apoio ao governo, os militares, diz querer que o governo se
mantenha neutro, enquanto o grupo ideológico de Bolsonaro quer que o governo tenha
sim uma firme posição.
O fato é que Bolsonaro, desde que sentou na cadeira
presidencial, buscou uma aproximação política e ideológica com o governo Trump,
por conseguinte, Israel. Entenda que estes dois são adversários dos Irã. Com
o ataque de ontem resta evidente o aumento da tensão entre Washington e Teerã.