Moro pode sofrer nova derrota. Pasta de Segurança pode ser desvinculada da Justiça.
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Hoje pela manhã, Jair Bolsonaro falou sobre ser possível
a recriação do Ministério da Segurança Pública. E afirmou que, caso realmente
ocorra a divisão da pasta, Moro continuaria a ser ministro da Justiça.
Para Sérgio Moro isto pode ser mais uma derrota, pois,
com o desmembramento da pasta Justiça e Segurança Pública, ele perde seu
principal ativo até agora, a diminuição dos homicídios no Brasil. Contudo, é
importante frisar que a atual tendência de queda na taxa de mortes por
assassinato, iniciou-se no governo de Michel Temer.
Disse Bolsonaro, "se for criado, aí ele [Sérgio
Moro] fica na Justiça. É o que era inicialmente. Tanto é que, quando ele foi
convidado, não existia ainda essa modulação de fundir com o Ministério da
Segurança".
Aliás, com o desmembramento da pasta, Moro poderá
também perder a Polícia Federal, que anteriormente era vinculado a Segurança
Pública.
Relembrando
o passado
Quando Moro foi convidado por Jair Bolsonaro, ele
era magistrado de primeiro grau em Curitiba. Por sua reputação, a promessa que
lhe fez o presidente era de que ele assumiria um “superministério”, e sua base
de trabalho seria dar reforço ao combate à corrupção.
E quem
poderia assumir a nova pasta?
Alberto Fraga (DEM-DF) é o nome possível, segundo
consta atrás das cortinas, caso haja a reestruturação, para assumir a pasta de Segurança Pública. O
deputado federal é amigo pessoal do presidente, além de ser pró-armas.
Vamos aos fatos
Desde que assumiu a presidência, Bolsonaro não
cumpriu nem metade de suas promessas na questão de segurança pública, que
reduziria a criminalidade e a violência no Brasil. A segurança sempre foi a
maior aposta de sua campanha. Agora, das dezoito metas do presidente neste
quesito, apenas quatro foram colocadas a termo.
Algumas das propostas que continuam
engavetadas no governo Bolsonaro.
- Dar fim as audiências de custódia;
- Tratar de reduzir a maioridade penal para a idade
de 16 anos;
- Executar a construção de presídios;
- Gerar tipificação de terrorismo as ações do MST
(Movimento dos Sem Terra);
- Estruturar as Forças Armadas para o combate ao
crime organizado;
Adendo
O presidente Jair Bolsonaro, na data de hoje (23 de
janeiro), revogou o decreto sobre a expulsão de estrangeiros do país por
decisão do ministro da Justiça, da época de Fernando Henrique Cardoso. O ato
começa a valer imediatamente. Moro assinou junto a revogação. Assim, volta a
valer que somente o presidente da república pode tomar tal decisão.
Este assunto voltou à pauta em julho do ano
passado, quando Moro editou a portaria sobre a deportação sumária de
estrangeiros, justamente quando foram divulgadas pelo site The Intercept Brasil
mensagens privadas entre autoridades do judiciário, como procuradores e o então
juiz Sérgio Moro. As conversas revelaram conluio entre o magistrado e a
acusação.
A saber, o assunto chamou a atenção justamente
porque o principal nome na divulgação das conversas entre Moro e os
procuradores era do jornalista Glenn Greenwald, um cidadão americano que vive a
vários anos no Brasil por ser casado com um brasileiro e ter filhos
brasileiros.
Esta semana o jornalista Glenn Greenwald foidenunciado pelo Ministério Público Federal, mesmo sem ter sido investigado ou
indiciado.