CG Alerta News
recent

Opinião: Bolsonaro, com endosso de carta anônima, atenta para sua própria incompetência.


Reproduzida da internet

Hoje o dólar fechou em alta, por volta de 1,58%. Está cotado a R$ 4,10. Há notícia de que algumas casas de câmbio chegaram a vender a moeda americana a R$ 4,50. E o índice Bovespa fechou em queda, com 89.963 pontos. E o que isto representa? Que investir no Brasil está cada vez mais caro. Os especuladores que estão ganhando dinheiro com o Brasil, é porque estão apostando contra o nosso país.

Aliás, o presidente Jair Bolsonaro também vai contra seu próprio país. Quer ver? Ele mandou divulgar um documento, denominado “carta anônima”, feito por um especulador do mercado, que em resumo sugere aos investidores que apostem contra o Brasil. De que jeito? Retirando suas aplicações do país.
A carta anônima (só podia ser anônima mesmo) tem todo um estilo “fascistóide”, que surfa na onda contra políticos, em desfavor do poder judiciário, entre tantos. Ela foi escrita como se fosse resultado de uma decepção, pois segundo a própria, o “mito” estaria sendo impedido de governar.

E mais, na tal carta anônima, o Congresso Nacional foi atacado, por estar (segundo seu autor) impedindo que a MP da reestruturação governamental prosperasse. Acontece, e isto a carta não cita, que este governo não possui interlocutores, o que é necessário para que medidas assim progridam. Muito pelo contrário, os aliados de Bolsonaro só dificultam ainda mais a gestão do país, com discursos e ações absurdamente irrelevantes. E mais, tem um ponto da carta que faz um “jogo de palavras” com os analistas políticos, utilizando-se de uma inventada expressão, "ana(lfabe)listas políticos". E o porquê disto?

No fundo, a carta anônima “propõe” um golpe. Pois veja: se tudo permanecer como está, o governo será dobrado pelas corporações, e andará a passos lentos apenas para privilegiar uns poucos, os verdadeiros comandantes deste barco chamado Brasil.  E que pra mudar, bastaria enfrentar o “sistema”. O que em outras palavras, a mudança exigiria uma revolta, um golpe. Mas neste caso, nem precisa ser gênio, com certeza não seria um golpe de mestre (rs).

Mas existe algo relevante na carta. Dela não se aproveita nada, nem uma ideia sequer, o que é bem comum dos “fascistóides”. A carta simplesmente é uma reclamação de um amadorista, que diz “tudo e mais um pouco” sem nada contribuir. Quer um exemplo? Leia isto: "o moribundo-Brasil será mantido vivo por aparelhos para que os privilegiados continuem mamando. É fato inegável. Está assim há 519 anos, morto, mas procriando. Foi assim, provavelmente continuará assim... antes de Bolsonaro vivíamos em um cativeiro, sequestrados pelas corporações, mas tínhamos a falsa impressão de que nossos representantes eleitos tinham efetivo poder de apresentar suas agendas. Era falso, FHC foi reeleito prometendo segurar o dólar e soltou-o 2 meses depois, Lula foi eleito criticando a política de FHC e nomeou um presidente do Bank Boston, fez reforma da previdência e aumentou os juros, Dilma foi eleita criticando o neoliberalismo e indicou Joaquim Levy. Tudo para manter o cadáver procriando por múltiplos de 4 anos”. Agora diga, foi dito algo que possa ser utilizado como fator de mudança? 

O mais incrível é que este texto foi endossado, e divulgado, pelo próprio presidente da república do Brasil. O interessante que existe nela certa bajulação (às avessas) ao presidente – talvez por isto Bolsonaro a tenha replicado. Está lá, "agradeçamos a Bolsonaro, pois em menos de 5 meses provou de forma inequívoca que o Brasil só é governável se atender o interesse das corporações. Nunca será governável para atender ao interesse dos eleitores. Quaisquer eleitores. Tenho certeza que esquerdistas não votaram em Dilma para Joaquim Levy ser indicado ministro. Foi o que aconteceu, pois precisavam manter o cadáver Brasil procriando. Sem controle do orçamento, as corporações morrem".

Agora preste bastante atenção. Quando o presidente da república corrobora com algo dessa natureza, ele assina sua própria incompetência em governar o país. Como que alguém com tantos poderes, não os considera o bastante para melhorar o país?

Bolsonaro, ao que parece, não tem muitos caminhos, já que aceita os dizeres da carta, e os divulga para toda uma nação. Aliás, existe um bem viável, é só ele perceber: a renúncia. Afinal, um indivíduo confuso com sua própria vocação, como Bolsonaro, nunca chegará a realizar nada relevante, pois disperso está. E mais perdido que Bolsonaro, talvez só os que o seguem de perto.

 O fato é que este sujeito só chegou onde está, nas condições que se encontra (presidente da república), por conta do “lavajatismo”, que o posicionou como um demiurgo. E claro, houve boa parte da imprensa, que propositalmente ou por omissão, o ajudou, na construção de um “mito” (capenga, diga-se de passagem), e às custas do declínio do Estado de Direito.

Alexandre Fonseca

Tecnologia do Blogger.